Audiência pública analisa os primeiros meses de atuação do Hospital veterinário Manchinha

por Divisão de Comunicação publicado 13/05/2019 17h55, última modificação 14/05/2019 08h26
“Mesmo havendo falhas, há mais pontos positivos do que negativos”, disse o Vereador Ralfi Silva.

Na noite de quinta-feira (9), a Frente Parlamentar de Proteção e Defesa dos Animais realizou um debate, avaliando os primeiros 50 dias de funcionamento do Hospital Veterinário Público de Osasco Manchinha.

Participaram do evento os vereadores Ana Paula Rossi (PR), Ralfi Silva (PODE) e Batista Comunidade (AVANTE), além do diretor do Bem-Estar Animal, Fábio Cardoso, defensores de direitos dos animais, além da presidente da Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB Osasco, Dra. Daysi Carneiro Lindholz.

A Frente Parlamentar de Proteção e Defesa dos Animais é formada por vereadores que têm o papel de debater, identificar e apresentar soluções às questões relacionadas à proteção e defesa dos animais dentro do município.

O Hospital Veterinário

O primeiro hospital veterinário de Osasco e região foi inaugurado no dia 23 de fevereiro e recebeu o nome “Manchinha”, em homenagem ao cachorro cruelmente assassinado dentro das dependências de uma grande rede de supermercados na cidade.

A unidade de atendimento veterinário faz parte de um conjunto de políticas públicas municipais voltadas ao bem-estar animal, que teve início com a ampliação e reforma dos pet-parques da cidade.

Com uma estrutura bastante elogiada por entidades de proteção aos animais e por médicos veterinários, a unidade Manchinha é composta por uma ampla, arejada e confortável sala de espera, por um centro cirúrgico, dois consultórios e salas para exames de coleta de sangue e imagem.

Quanto ao atendimento, o hospital conta com clínicos, cirurgiões, anestesista, enfermeiros, auxiliares de limpeza e recepcionistas. A unidade realiza serviços de pequena complexidade, como clínica médica, cirurgia geral, ultrassonografia e hemograma completo. A administração do hospital fica a cargo da Associação de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais – Anclivepa.

A Audiência Pública

Com a participação de um bom público, os convidados ouviram, primeiramente, um representante da Secretaria de Meio-Ambiente, o Diretor Fábio Cardoso. Ele apresentou informações sobre a contratação da Organização Social que administra a unidade “Manchinha”. Ele explicou a realização de um chamamento público para implantar, operacionalizar e gerenciar os serviços médicos veterinários da cidade. “Houve uma ampla divulgação e um processo de chamamento público para celebração de um contrato que previa a administração e a prestação de serviços no hospital veterinário. A Anclivepa Brasil apresentou uma proposta e venceu a disputa”, declarou.

Em seguida, o diretor deu detalhes a respeito dos serviços médicos contratados, já incluindo os serviços a serem prestados pela nova unidade de hospital veterinário municipal, instalada na Zona Norte. De acordo com os números apresentados, o projeto contempla diversos procedimentos, entre eles: consultas médicas nas especialidades endocrinologia, odontologia, oftalmologia, ortopedia, cirurgias, anestesias, internações, serviços laboratoriais, exames de imagens, entre outros. Em 50 dias, foram realizados 2711 exames laboratoriais, 66 cirurgias e 2727 prescrições de medicação. “Em março e abril foram feitas 2074 consultas. No contrato, era prevista a realização de 1160 consultas, mas, acabamos fazendo um número maior. Porém, o valor a ser pago para a empresa que gerencia o hospital será referente ao número de consultas constante no contrato”, afirmou Fábio.

O diretor do Bem-Estar animal apresentou, ainda, uma pesquisa de satisfação. O documento questionou os usuários da unidade veterinária quanto à qualidade do atendimento (71% entre bom e ótimo); quanto à organização física do hospital (92% entre bom e ótimo); e, por fim, sobre o recebimento de orientações de cuidados com os animais (89% respondeu sim). Para Fábio Cardoso, os pontos negativos apontados pela pesquisa de satisfação referem-se à falta de aparelho de Raio X. “Por não ter o serviço, as pessoas precisam ir até uma clínica particular e, com recursos próprios, completar os exames do seu animal”, explicou.

Indagado sobre os desdobramentos do caso do cachorro Manchinha, morto dentro do supermercado, o diretor disse que a rede de supermercados foi condenada a pagar 1 milhão de reais ao município. “O repasse deverá ser feito em um fundo municipal específico criado pelo município de Osasco. Deste valor, serão investidos 500 mil reais em serviços de castração; 350 mil reais para compra de medicamentos para o bem-estar animal; e 150 mil reais para compra de ração para entidades e ONGs”, detalhou.

Depois de alguns questionamentos feitos pelo público e pela representante da OAB Osasco ─ prontamente respondidos por Fábio Cardoso e pelos representantes da Anclivepa ─, o vereador Ralfi assumiu a tribuna e respondeu sobre a criação do Fundo Especial. “Já foi aprovado pelo vereadores e, agora, o Promotor Público será comunicado. A partir daí, a rede de supermercados terá 15 dias úteis para fazer o depósito na conta criada pelo município”.

Por fim, Ralfi, emocionado, falou de sua luta em defesa do bem-estar animal. Disse estar realizando um grande sonho e que “pretende ver a cidade de Osasco sendo uma referência para o todo o Brasil”.

Sobre o trabalho realizado dedicado aos animais, Ralfi desabafou. “Eu cuido de animais sim. Eu entendo que cuidar de animais também é cuidar das pessoas. Vida é vida, não importa qual. Os animais também sofrem, por isso, vou continuar minha luta para protegê-los”, finalizou.